
Os Estados Unidos estão prestes a anunciar uma nova taxa de 25% sobre as importações de aço e alumínio, uma medida que pode afetar diretamente grandes fornecedores globais, incluindo o Brasil. Segundo dados oficiais do governo americano, cerca de um quarto do aço consumido no país é importado. Dentro desse cenário, o Brasil se destaca como o segundo maior exportador de aço para os EUA, totalizando 3,98 milhões de toneladas entre novembro de 2023 e novembro de 2024, o que representa 16,3% do total adquirido pelos americanos. O Canadá lidera essa lista, com uma participação de 22,6%.
Em valores financeiros, o Brasil ocupa a terceira posição entre os maiores fornecedores de aço para os EUA, com um montante de US$ 2,91 bilhões em exportações. O Canadá e o México estão à frente, registrando US$ 6,64 bilhões e US$ 3,20 bilhões, respectivamente. No setor de alumínio, a dependência americana de produtos brasileiros é menor, com o Japão sendo o principal destino das exportações brasileiras, enquanto o Canadá continua como o maior fornecedor de alumínio para os Estados Unidos.
É importante lembrar que medidas semelhantes já foram adotadas no passado. Em 2018, ainda em seu primeiro mandato, Donald Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, porém, essas restrições foram retiradas dois anos depois. Até o momento, o governo brasileiro não divulgou um posicionamento oficial sobre a possível taxação. No entanto, segundo informações da Folha de S. Paulo, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior já está conduzindo estudos para avaliar os setores mais impactados por essa nova rodada de tarifas.
Apesar da preocupação com possíveis impactos, especialistas afirmam que a medida não deve prejudicar significativamente o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Analistas do Santander destacam que os principais produtos exportados pelo Brasil para os EUA incluem petróleo, produtos semiacabados, ferro-gusa, ferroligas e café, setores menos afetados pela tarifa do aço. Rafael Passos, analista da Ajax Capital, reforça que a exportação de aço para os EUA representa apenas 0,3% do PIB brasileiro, sugerindo que o impacto será concentrado na indústria siderúrgica. O desenrolar desse cenário dependerá da postura do governo americano em futuras negociações comerciais com seus principais parceiros.
